Relatos honestos de uma mulher lésbica sobre suas vivências e experiências que possam, de certa forma, ajudar, inspirar e trazer conforto para outras por aí que não se sentem pertencentes
domingo, 22 de setembro de 2024
Saí do armário, e agora?!
domingo, 1 de setembro de 2024
Quando me casar, eu quero...
Durante muito tempo da minha vida acreditei que casamento não era pra mim porque a ideia de estar toda arrumada, como uma princesa, pra alguém que poderia decidir me deixar no dia seguinte, sempre foi um borrão grande. Não havia nada nem ninguém em mente que pudesse me fazer sentir essa vontade e que fizesse eu me sentir tão amada ou desejada a ponto de dizer sim, de aceitar um anel no dedo, uma cama de casal e responsabilidades divididas igualmente. Até... Até minha vida virar do avesso, a pandemia chegar, minha cabeça definhar e meu coração não aguentar mais.
Assistia filmes e programas sobre casamento sem conseguir me imaginar de branco numa igreja cheia de gente a espera da "noivinha mais linda", afinal, que tipo de homem me consideraria noiva e a mais linda? Que tipo de homem eu deixaria dividir as contas de uma casa e a cama todas as noites? Nenhum. E pra ser honesta com vocês, também me pegava pensando nisso quando tive meu primeiro namoro, não conseguia de jeito nenhum me imaginar dividindo a vida porque sabia que seríamos um enorme antro de problemas, visto que ela queria acabar comigo de forma psicológica pra depois oferecer ajuda e consolo. Queria que eu me expusesse e corresse risco de vida pra depois dizer que seu colo e casa estavam de portas abertas. Éramos um casal imaturo e cheio de falhas onde só falhavamos cada dia mais, mas que tivemos nossos bons momentos - se é que consigo me lembrar.
Não sei como vai ser quando me casar, mas depois de ter encontrado um segundo relacionamento, melhor que o primeiro, porém com suas falhas, passei a me enxergar como a noivinha mais linda do mundo. Conseguia me imaginar dividindo uma casa e suas responsabilidades, era muito mais que isso, pensava em enfrentar tudo porque sabia que minha namorada merecia o mundo, merecia viver comigo da melhor maneira possível. Era a ideia de que ela merecia todos os meus beijos cheios de ternura, meus abraços mais sinceros, minhas palavras honestas e todos os sentimentos que conseguia carregar, antes de carregar meu sobrenome junto ao dela. Escrevo sobre ela porque sinto que até hoje tenho coisas a serem ditas e acabo por não dizer devido a vergonha, evito porém penso sempre que apesar de termos terminado, felizmente de forma tranquila, sempre irei a alimentar com meus melhores pensamentos e melhores desejos para que tenha uma vida cheia de amor e coisas boas.
Se a vida fosse um filme ou uma dessas séries bobas onde tudo é possível, eu gostaria de conquista-la novamente, mostrar meu amadurecimento como pessoa e que mesmo errando sei como concertar as coisas. Usar as minhas palavras pra expressar como me sinto e verbalizar todas as vezes que tomei coragem para fazer coisas enquanto pensava nela.
Gostaria que soubesse que sua existência foi a coragem necessária para me assumir e pensar em ser mais carinhosa publicamente, que sua existência me fez pensar em como eu adoraria segurar sua mão na rua enquanto digo alguma bobagem e reafirmo que a amo.
Atualmente não sei se me importo muito sobre como será meu casamento pois nunca serei dona do futuro e de tudo que me aguarda, mas, me importo em contar histórias de romances entre mulheres porque sei o quanto falta. Não quero viver de contos de fadas e histórias ficcionais, quero saber que a minha própria vida inspirou pessoas a se amarem e mostrarem o quão gostoso pode ser estar apaixonado. Escrevo porque sei que vou me arrepender se não falar sobre, porque não dá pra viver como Claire de Cartas para Julieta e esperar 50 anos até correr atrás do amor da minha vida.
Talvez... Só talvez... Isso seja uma espécie de sabotagem com meus futuros relacionamentos, mas se for pra me sabotar e acabar com Ela de novo, então tá tudo bem
Espero que vocês encontrem alguém na vida que te façam se sentir como me sinto.
Insight lésbico sobre poesia
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